O seguro mais popular no Brasil é para a cobertura de bens: o de automóvel. A apólice de vida individual ainda tem pouco alcance. Com o crescimento da economia e da renda da população, no entanto, a modalidade tem sido a que mais cresce entre as apólices voltadas a pessoas. Em maio, arrecadou R$ 82,4 milhões em prêmios, 38% a mais do que no mesmo mês do ano passado, de acordo com a Superintendência de Seguros Privados (Susep). O seguro de vida coletivo é o que tem a maior parcela, com R$ 638 milhões em prêmios no mesmo período.
“O Brasil tem um espaço enorme para crescer em seguro de vida, quando comparado a economias desenvolvidas”, diz Renato Russo, vice-presidente da Federação Nacional de Vida e Previdência (Fenaprevi). Segundo o executivo, a tendência é a criação de apólices de vida que tenham um componente de acumulação.
A Prudential é especialista nesse tipo de seguro. Uma parte do valor pago pela apólice é destinada à cobertura dos riscos de morte ou invalidez, enquanto uma parte volta para o segurado na terceira idade, como se fosse um plano de previdência. “Com a economia e a moeda estáveis, temos crescido 27% em faturamento nos últimos anos”, diz Fabio Lins, presidente eleito da Prudential do Brasil.
Distribuição
No exterior, a maior parte das vendas de seguro de vida individual é feita por meio do corretor, enquanto no Brasil é o balcão do banco que detémamaior parcela. A contratação dessa apólice envolve consultoria, pois é preciso analisar qual é a necessidade de capital que os beneficiários do seguro teriam num eventual sinistro.
E é exatamente nessa venda consultiva que as seguradoras que atuam somente com corretores apostam para abocanhar uma parcela de apólices fechadas no balcão dos bancos. Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander são, nessa ordem, os líderes em seguros de vida e acidentes pessoais, segundo levantamento da Fenaprevi com dados da Susep.
Os corretores credenciados pela Prudential, por exemplo, recebem treinamento para se tornarem “life planners”. “Eles veem quantos filhos o segurado tem, qual é a fase da vida em que eles se encontram, pois ter filhos em idade escolar, que ainda vão depender muito tempo do segurado, é diferente de ter um filho saindo da faculdade, em termos de necessidade de capital num possível caso de morte”, explica o executivo da Prudential.
Outra estratégia é a venda cruzada de seguros. A Liberty tem uma carteira de veículos com de mais de um milhão de segurados. “Nossos corretores podem oferecer vida para as carteiras de auto e residência”, diz PauloUmeki, diretor técnico da Liberty Seguros.
Outra tendência é a oferta de coberturas adicionais para serem usadas ainda em vida pelo segurado, como doenças graves, oferecida pela Prudential. A apólice da Allianz tem cobertura facultativa para câncer de mama, útero e ovário para mulheres e próstata para homens.
No caso do segurado ser diagnosticado com uma dessas doenças, recebe parte da indenização em vida para se tratar.[2]
“É um diferencial que contribui para a qualidade de vida do segurado”, diz Olívio Luccas Filho, diretor executivo de Vida, Atuária e Precificação da Allianz Seguros.
Fonte: Brasil Economico