Com a facilidade para se obter um financiamento, o número de automóveis explodiu no Brasil nos últimos anos. Atualmente, contam-se cerca de 33 milhões de carros no país. No entanto, somente um terço desses possui seguro.
Falta de planejamento e de dinheiro explicam tal número. Mas, observando o mercado em outros países, as seguradoras estão reformulando os produtos para alcançar quem não quis ou não teve condições de adquirir a proteção.
A principal mudança está no foco da cobertura. A maioria das apólices cobre o veículo do contratante e danos a terceiros.
Se o carro é usado e custou R$ 10 mil, pode não valer mesmo a pena gastar R$ 3,5 mil com o seguro –mais fácil é comprar outro no caso de uma batida séria.
O que os motoristas não avaliam quando fazem essa conta, no entanto, é a parte do dano a outras pessoas. O brasileiro prefere confiar que o proprietário do outro veículo usará o seu próprio seguro para reparar eventuais amassados. Se o acidente envolve atropelamento ou qualquer tipo de ferimento, a figura muda completamente. O causador do evento pode ser processado em dezenas de milhares de reais.
É justamente a proteção nessas situações o principal objetivo dos novos seguros de automóvel que estão sendo lançados.
O produto é desmembrado e seus dois componentes são vendidos separados. Desembolsando até R$ 500 (geralmente, parcelados) ao ano, o motorista pode comprar uma apólice que o resguarda na eventualidade de danos corporais, materiais e morais em um acidente com uma cobertura de até R$ 100 mil.
“Nos EUA, 100% da frota é segurada, mas 75% somente no que diz respeito à responsabilidade civil. Só 25% dos usuários contratam apólices para o carro todo”, conta Paulo Umeki, diretor técnico da Liberty Seguros, uma das primeiras a oferecer o novo produto no Brasil.
Quanto mais caro o veículo, mais faz sentido adquirir um seguro completo. “A experiência do motorista também conta, afinal, quando o cliente já possui um certo relacionamento com a seguradora, ela o conhece, então é possível negociar melhor as condições e valores da apólice”, diz Umeki.
Fonte: Denyse Godoy quarta-feira, 30 de junho de 2010